História
Yuri:
Na tentativa de encontrar definição sobre o que constitui um "problema de saúde pública" recorreu-se a uma breve revisão de alguns textos clássicos de medicina preventiva e de saúde pública.
Alguns textos consultados omitiram a definição procurada, provavelmente porque não previam o amplo uso da expressão.
O Dicionário de Epidemiologia de Last, por exemplo, não inclui a expressão entre seus inúmeros termos, porém define saúde pública como "um dos esforços organizados pela sociedade para proteger, promover e restaurar a saúde de populações. É a combinação de ciências, habilidades e crenças que estão direcionadas para a manutenção e melhora dos níveis de saúde de todas as pessoas através de ações coletivas ou sociais. Os programas, serviços e instituições envolvidas enfatizam a prevenção das doenças e as necessidades de saúde de toda a população. As atividades de saúde pública mudam de acordo com as inovações tecnológicas e dos valores sociais, mas os objetivos permanecem os mesmos: reduzir na população a quantidade de doença, de mortes prematuras, de desconforto e incapacidades produzidas pelas doenças". Tal definição pode ajudar na conceituação de interesse, uma vez que enfatiza os aspectos preventivos inerentes à saúde pública, assim como valoriza ações direcionadas para o controle de mortes precoces e seqüelas evitáveis.
Deve-se ressaltar que no texto de Leavell e Clark a definição de problema de saúde é expressa a partir de sua natureza, extensão, severidade e significância. No livro de Morley verificou-se que os critérios que definiriam problemas prioritários seriam: o interesse da comunidade, a prevalência, a gravidade e a possibilidade de controle.
Enrico: Saúde Pública no Brasil
No Brasil, a grande máquina de atendimento populacional na saúde é o SUS (Sistema Único de Saúde), que atende cerca de 80% da população brasileira, e é o melhor sistema de saúde do mundo, porém, é alvo de algumas críticas que podem ser evitadas, como:
⁃ Falta de médicos: O problema não está apenas na formação, e sim também na má distribuição no Brasil. Especialmente no interior, há falta de médicos de várias especialidades. Segundo dados da CFM (Conselho Federal de Medicina) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística) existe 1 médico para 470 habitantes, as regiões Norte e Nordeste, a quantidade é muito menor e chega a 1 médico para cada 953,3 e 749,6 brasileiros, respectivamente.
⁃ Longo tempo de Espera: Uma pesquisa realizada pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) mostrou que 39,8% dos entrevistados resolveram contratar um plano de saúde para se livrar do longo período de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).
⁃ Falta de leitos: Ao chegar em um hospital público, muitos indivíduos se deparam com todos os leitos ocupados. Como última opção, resta apenas a possibilidade de receber alguma forma de atendimento em uma maca pelos corredores. Essa condição é desumana e eleva os riscos de complicação e até óbito dos pacientes, um exemplo muito claro dessa condição é a quantidade de leitos para recém-nascidos no SUS. O recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de 4 leitos para cada mil nascidos vivos. No nosso sistema público, esse número é de 1,5.
João:
1. Quadro de profissionais desqualificados
Apesar de hoje termos mais acesso à educação, principalmente devido aos recursos de ensino a distância (EAD), ainda existem muitos profissionais desqualificados – com destaque para aqueles que se preparam em faculdades que não oferecem o suporte educacional e equipamentos necessários.
Por isso, em sua clínica ou seu hospital, certifique-se muito bem antes de contratar um profissional. Verifique o seu currículo, pesquise o nível de qualidade das instituições de formação e se elas são reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Assim, você estará garantindo um atendimento de qualidade para os seus clientes.
2. Falta de médicos
O problema não está só no fato de os profissionais não terem uma boa formação. Para complicar ainda mais a situação, eles estão mal distribuídos pelo Brasil e, em muitas cidades — especialmente do interior — faltam médicos de várias especialidades.
Conforme os dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existe 1 médico para cada 470 habitantes. Porém, nas regiões Norte e Nordeste, a quantidade é muito menor e chega a 1 médico para cada 953,3 e 749,6 brasileiros, respectivamente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há aproximadamente 17 médicos para cada 10 mil habitantes no Brasil, enquanto na Europa esse número chega a 33. Isso mostra o quanto o nosso país está despreparado frente às nações desenvolvidas para prestar um atendimento de saúde para a sua população.
3. Longo tempo de espera
Uma pesquisa realizada pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) mostrou que 39,8% dos entrevistados resolveram contratar um plano de saúde para se livrar do longo período de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).
4. Desperdício de tempo
Os hospitais acabam gastando muito tempo sem necessidade. Há, também, uma grande falta de controle na distribuição de profissionais por paciente. Assim, é preciso determinar muito bem o horário de serviço a ser aplicado por cada profissional para prestar atendimentos. Isso otimiza todo o processo e ajuda a reduzir filas.
5. Falta de leitos
Ao chegar em um hospital público, muitos indivíduos se deparam com todos os leitos ocupados. Como última opção, resta apenas a possibilidade de receber alguma forma de atendimento em uma maca pelos corredores. Essa condição é desumana e eleva os riscos de complicação e até óbito dos pacientes.
Em 2017, o CFM, em pesquisa pelo Datafolha, declarou que o aumento do número de leitos é a terceira necessidade mais citada pelos entrevistados entre os problemas de saúde pública que precisam ser resolvidos pelo governo.
Um exemplo muito claro dessa condição é a quantidade de leitos para recém-nascidos no SUS. O recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de 4 leitos para cada mil nascidos vivos. No nosso sistema público, esse número é de 1,5.
Arthur:
6. Má administração financeira
De acordo com o economista Paulo Feldmann, a administração do sistema público é uma tragédia. Já não há muitos recursos financeiros para prover tudo o que uma saúde de qualidade precisa e a má gestão ainda desperdiça o pouco que tem.
Segundo Oswaldo Yoshimi Tanaka, diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP, o SUS está subfinanciado e não recebe dinheiro suficiente para atender a sua demanda, situação que é agravada ainda mais pela crise política e econômica no país.
7. Atendimento pouco humanizado
O indivíduo chega ao hospital porque está com dor ou alguma doença — o que já o deixa fragilizado, não apenas fisicamente, mas também no nível emocional. É nesse ponto que entra a humanização e capacitação dos profissionais durante o atendimento, desde a recepção até a alta do paciente.
O problema é a presença de pessoas despreparadas e incapacitadas para prestar esse atendimento ao público de forma adequada. Muitos deles se acomodam e passam anos sem fazer cursos de atualização ou uma especialização em suas áreas para elevar a qualidade dos atendimentos.
8. Escasso atendimento na emergência
As emergências costumam ser os postos mais procurados pela população e exigem um atendimento rápido e de qualidade. Isso possibilita que a vida de uma pessoa seja salva, no entanto, não é isso o que acontece no SUS, o que praticamente declara de forma muito negativa como está a saúde pública no Brasil.
Não é raro ler notícias sobre pacientes que precisam esperar diversas horas para receber um primeiro atendimento emergencial ou ser encaminhado para unidades especializadas.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a avaliação dos serviços de urgência e emergência recebeu mais de 31% de avaliações negativas.
9. Alto número de mortes
Quando a má administração da saúde pública no Brasil é somada com o quadro de profissionais desqualificados, falta de leitos e problemas no atendimento emergencial, o resultado é um crescimento do número de mortes — sobretudo por infarto.
A falta de agilidade e o despreparo para um atendimento que deve ser feito em até duas horas (período de maior possibilidade de sobrevivência após o evento cardíaco) são os grandes problemas no momento de atender aos pacientes com problema no coração.
Com pequenas mudanças e melhorias na estrutura, é possível reduzir o número de óbitos de forma definitiva nesses casos.
Draw your original anime with iOS/Android App!