We are nun
O cosmos é imenso. Contudo, a palavra "imenso" é uma descrição pobre para tal magnitude. Você não tem noção do que verdadeiramente significa vastidão. A percepção do infinito é algo que você não consegue captar, uma vez que sua mente foi treinada para lidar com distâncias triviais, como a que separa seu quarto da geladeira. Se eu mencionar que a Via Láctea possui 100 mil anos-luz de diâmetro, isso pode não fazer sentido para você. Sua mente vê "100 mil" e transforma isso em "muito". Entretanto, 100 mil anos-luz não é apenas "muito". É um profundo vácuo onde até a luz, o objeto mais veloz conhecido, levaria 100 mil anos para percorrer. E isso se refere apenas a uma galáxia. Existem mais de 2 trilhões de galáxias conhecidas. Mas "conhecidas" é uma expressão enganosa, pois realmente não sabemos nada. O que conseguimos observar é apenas uma fração. O universo visível tem 93 bilhões de anos-luz de largura. Porém, isso é só a parte que podemos enxergar. E o resto? O restante se estende sem fim. Poderia ser 100 vezes maior. Poderia ser eterno.
E agora vem a parte que pode abalar sua autoestima: você é irrelevante. Não estou dizendo isso de maneira filosófica, como "todos somos pequenos e devemos ser modestos". Não. Estou falando de um modo literal. Você, em comparação ao universo, não significa nada. Se eu pegar um átomo e a comparar com você, aquele átomo ainda possui algum valor. Em relação ao tamanho total do cosmos, você nem chega a ser um átomo. O universo não se importa com você; ele nem sequer tem consciência da sua existência. Se um buraco negro surgisse repentinamente e engolisse todo o Sistema Solar, isso não afetaria a grande ordem das coisas.
Agora, a parte verdadeiramente fascinante: pode ser que este não seja o único universo. Possivelmente existem infinitos universos. O multiverso. Não estou me referindo ao conceito simplista da Marvel, no qual há 50 versões de você vestindo trajes diversos. Estou falando de um multiverso genuíno onde todas as possibilidades físicas e matemáticas estão presentes. Universos onde as leis da física são distintas. Onde a gravidade funciona de maneira repulsiva em vez de atrativa. Onde a luz se desloca mais lentamente. Onde o tempo avança para trás. Onde não existem nem partículas porque as leis da física nunca permitiram que essas se formassem. Universos inteiros que aparecem e desaparecem em um nanosegundo devido à sua instabilidade.
Se isso for verdade, a sua insignificância se torna ainda mais evidente. Agora, você não é irrelevante apenas em seu próprio universo; você é irrelevante em todos eles. Mas o que realmente desafia sua mente é o fato de que você ainda existe. Pois, mesmo na face dessa vastidão imensa e de todas as combinações infinitas de matéria e energia possíveis, por alguma razão, as partículas que constituem você se organizaram de tal maneira que possibilitam que você tenha uma existência.
Consciência. Que você observe o cosmos e questione o que realmente está acontecendo. Isso não se explica. Não há razão para ser dessa forma. Mas é. E é exatamente aí que surge a questão fundamental: por que?
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